Fundação de Porto Feliz – Mondaí
Considera-se como data da fundação de Porto Feliz o dia 20 de maio de 1922, que marca o início da colonização do extremo oeste de Santa Catarina. Nesse dia, Hermann Faulhaber, na qualidade de diretor da Empresa Chapecó-Peperi Ltda., pisou nas terras da nova colônia para determinar o local de sua sede. Partiu de Nonoai na pequena lancha de Camillo Picoli. Seguiu Rio Uruguai abaixo – que até o momento se caracterizava como uma das raras vias de passagem pelo imenso sertão estremo-oestino – acompanhado por seus homens de confiança, Jacob Schüler e Friedrich Forbrig, de New-Württemberg (hoje Pananbi), assim como o agrimensor Victor Alberto Webering e o comerciante Francisco Martins, de Palmeira das Missões.
Na foz do primeiro ribeirão, abaixo do Rio das Antas, havia, no alto do barranco, um rancho abandonado, possivelmente refúgio de balseiros. Logo em frente, na margem riograndense, vivia um único morador, Ernesto Scherer. Exímio caçador que já havia percorrido as matas de ambas as margens do Riu Uruguai, podia assim, fornecer informações preciosas.
Após dois dias de minuciosas verificações, o diretor Faulhaber juntamente com o agrimensor Webering, delimitaram as mediações da futura povoação. Ficou estabelecido que Porto Feliz se localizaria desde a desembocadura do Rio das Antas no Rio Uruguai até a desembocadura do Ribeirão Laju e, seguindo pela margem do rio, em direção ao sul, até a foz do riacho que deságua no Rio Uruguai, diante da ilha do Pão de Açúcar. Jacob Schüler, mestre carpinteiro que acompanhava o diretor Faulhaber ficou incumbido de construir a primeira edificação para ser usada como sede da administração e barracão do imigrante. Uma pequena elevação rio abaixo, foi escolhida como local.
Para evitar futuras desavenças e aproveitar todos os recursos para o sucesso do empreendimento, Faulhaber propôs ao temido Zeca Vacariano que, juntamente com seus capangas, construíssem as estradas dentro do perímetro da colônia. Como pagamento, receberia dois lotes de terra junto a sua moradia. Demonstrando muita satisfação a proposta foi aceita. Além de dominar os negócios com madeira na região, sobre Zeca Vacariano contavam-se muitas historias, inclusive responsabilizando-o pelo assalto e morte do agente e pessoas encarregadas do trem pagador que trazia o dinheiro dos trabalhadores da estrada de ferro São Paulo – Rio Grande.
Visando o transporte fluvial a Porto Feliz, o diretor Faulhaber comprou do madeireiro Sezada em Nonoai, madeiras de construção, as quais deveriam ser transportadas até Porto Feliz pelo Rio Uruguai. Em Palmeira das Missões, fechou-se um contrato com o Engenheiro Webering, para medição e demarcação de 200 a 300 lotes coloniais ao redor da planejada sede. O Engenheiro também foi convidado a fazer parte da Empresa Colonizadora, sendo que possuía grande experiência em empreendimentos dessa escala, pois, havia trabalhando por longa data com o colonizador Dr. Frederico Westphalen, no município que leva seu nome.