Pessoa mais idosa de Mondaí completa um século de vida
Uma das primeiras colonizadoras do município de Mondaí e pessoa mais idosa da cidade está completando mais um ano de vida neste dia 25 de junho. Dona Antônia Deckert Blank comemora seus 100 anos e é filha de Ernesto Deckert e Maria da Conceição Nunes Cardoso. Nasceu no ano de 1915 e saiu da cidade de Panambi – RS, com seu pai, seu irmão Pedro e seus avós paternos, aos oito anos de idade, para colonizar a então chamada Porto Feliz, hoje Mondaí. A mudança de Panambi para Porto Feliz foi feita a pé. Foram vários dias de caminhada e os bens da família, louças, ferramentas e roupas vieram carregados em uma carroça puxada por dois bois e uma mula.
Em Mondaí Dona Antônia cresceu e freqüentou a Escola Alemã através da família Ramminger e auxiliava seu pai e avós nos trabalhos da casa e na roça. Em 14 de maio de 1932, casou-se com Arnaldo Frederico Blank, nascido em 31 de outubro de 1907 na cidade de Santa Cruz também no Rio Grande do Sul, filho de Guilherme Blank Sobrinho e Sophia Blank. Juntos tiveram 13 filhos, Erica, Ilse, Gisela, Elga, Otmar, Osvaldo, Carlos, sendo seis em memória: Erich, Edgar, Norberto, Hugo, Arno e Normélia.
Primeiramente residiram em uma colônia de terra, próxima à linha Barra do Lajú e viviam da agricultura. Em 1942 resolveram ir para a vila, indo morar na Casa Paroquial da Igreja Evangélica, onde assumiram os serviços comunitários. Enquanto Antonia realizava esses serviços para a igreja e a comunidade, seu marido Arnaldo foi para Santa Cruz – RS, se especializar na profissão de alfaiate. Ao retornar abriu sua própria alfaiataria, costurava somente roupas masculinas, paletó, calça social, camisas e bombachas e todos gostavam do seu trabalho de costura.
Anos mais tarde adquiriam um hotel, já que Porto Feliz era um local de ligação entre as regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e havia muitas pessoas para pernoitar, principalmente os balseiros e caminhoneiros que aguardavam para fazer a travessia pela balsa. Todo o trabalho no hotel era realizado pela família. Dona Antonia como sempre foi uma exime cozinheira, era responsável pelas refeições, e sempre estava disposta a preparar um prato de comida para os hóspedes que ali chegavam, até mesmo de madrugada. Já o trabalho de limpeza e arrumação dos quartos ficava a cargo dos filhos.
Anos mais tarde Seu Arnaldo resolveu vender o hotel e voltaram novamente para o interior, onde abriram um comércio nas proximidades de Linha Taipa. Lá comercializavam os produtos que eles mesmos cultivavam: verduras, legumes, ovos, banha, auxiliando assim na renda da família. Os filhos foram crescendo e não quiseram mais trabalhar na roça, e assim Dona Antonia e Arnaldo acabaram voltando novamente para a vila, indo morar em uma chácara, terra essa em que a Dona Antonia permanece até os dias de hoje. Já Seu Arnaldo voltou a seguir sua profissão de alfaiate.
O tempo foi passando e os filhos foram se casando, e a família a cada ano que possa aumenta mais. Hoje a família de Dona Antonia é composta por 44 netos, 81 bisnetos e 21 tataranetos. E nesta semana com muita alegria Dona Antonia comemora um século de sua existência, com uma grande família e cheia de histórias para relembrar.
Fonte: Assessoria de Imprensa